Bem-vindos (as)!
Neste livro-blog você será apresentado (a) a cada semana a um capítulo diferente. Um retrato de caminhos que podiam ter sido seguidos. Outros, que foram. Caminhos que passaram e continuam a passar pela vida, pelos dedos, pelas palavras felinas da escritora Giulia Pegna. Jornalista, professora, mãe, mulher, poeta.



domingo, 30 de maio de 2010

... não estivessemos numa ditadura


Lúcia tinha problemas em casa com a mãe. Ela não era aceita na família. Tinha renegado a "raça nobre" a que ela pertencia. Tinha optado por uma "vida de privações e de falta do que fazer".
Tinha se "metido com gente revoltada, com um bando de comunistas sujos e maltrapilhos", falava até em revolução.
Foi expulsa de casa um tanto de vezes, mas sempre voltava por causa dos irmãos. O pai não tinha suportado a esposa, que a cada dia ficava mais intolerante e inacessível, os irmãos precisavam dela, era ainda tão crianças....
Fernando era um homem que transmitia uma força que ele não tinha. Transmitia uma sabedoria que realmente tinha e uma vivência que encantava Lúcia.
E o que mais pesou na decisão de Lúcia é que ele tinha uma família, com pai, mãe, irmãos e tudo.
Então começou uma outra historia.
De hippie, tornou-se revolucionária.
Fazia teatro com Fernando. Ia às reuniões do Partidão com Fernando. Almoçava com Fernando. Jantava com Fernando. Vivia Fernando.
Fernando morreu com 58 anos após uma cirurgia de redução de estomago.
Lúcia pulou da história muito antes, muito, muito antes....

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